Melhoria das condições de vida das pessoas em situação de rua faz parte das propostas
Porto Velho, RO - Com a proposta de ofertar subsídios para os trabalhadores do Sistema Único da Assistência Social – Suas de Rondônia, com vistas a melhorar a qualidade da prestação do Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua, o Governo do Estado promoveu na quarta-feira (1º), por meio da Secretaria da Assistência e do Desenvolvimento Social – Seas, a palestra online “Suas e a População de Rua” com mais de 170 participantes, entre gestores dos 52 municípios, psicólogo, assistente social, pedagogos e educadores sociais dos Centros de Referência de Assistência Social – Cras e Especializados de Assistência Social – Creas, Serviço em Abordagem Social e do Centro de Referência no Atendimento às Pessoas em Situação de Rua em Porto Velho – POP Dom Moacyr Grechi.
De acordo com a gerente de Proteção Social Especial da Seas, Gláucia Prado, o apoio técnico online foi uma prévia de outros eventos presenciais que a secretária de Estado da Assistência e do Desenvolvimento Social, Luana Rocha pretende promover com o intuito de dar visibilidade e, ao mesmo tempo, discutir soluções, para esse público.
Gláucia citou estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea, divulgado em dezembro de 2022, segundo o qual a população em situação de rua no Brasil cresceu 38%, nos últimos quatro anos, subindo de 204.660 em 2019 para 214.451 em 2020, 232.147 em 2021 e para 281.472 em 2022. Enquanto isso, em Porto Velho, o censo realizado pela prefeitura registrou 442 pessoas em situação de rua, um aumento de 281% em relação a 2016, quando foram mapeadas 116 pessoas nessas condições.
Em atendimento à Seas, que solicitou aos municípios levantamento dessa população, 13 informaram, totalizando 714 pessoas. “Esse número é bastante baixo, mas essas pessoas precisam ter seus direitos garantidos”, disse a secretária Luana ao tomar conhecimento dos dados, orientando para que os demais municípios também apresentem seus mapeamentos e, dessa forma, sejam direcionadas políticas públicas de assistência, com vistas a promover melhorias na vida dessas pessoas ou famílias, com seus vínculos sendo restabelecidos e direitos garantidos como cidadãos.
“Estamos trabalhando por meio da Seas para garantir melhores condições a estas pessoas que, segundo estudos, muitas vezes vão parar nas ruas pela ausência de vínculos familiares, perda de algum ente querido, desemprego, violência, perda da autoestima, alcoolismo, uso de drogas e doença mental. Mas, para isso, precisamos da parceria dos municípios e também que essa população aceite a assistência”, pontuou o governador de Rondônia, Marcos Rocha.
MULTIPROFISSIONAIS
As palestras foram iniciadas com a assessora técnica da Seas, Railane Marinho, fazendo uma abordagem sobre o serviço especializado para pessoas em situação de rua e abordagem social; seguida do técnico da equipe da Vigilância Socioassistencial da Seas, Diego Aram, com o tema “O território em cena: Diálogos e intervenções a partir da perspectiva da Vigilância Socioassistencial e a intersetorialidade”; psicólogo e psicanalista Daniel dos Santos, mestrando em Psicanálise pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, com “Relato de Experiência sobre Consultório de Rua”; e encerrando a coordenadora do Centro POP Dom Moacyr Grechi, Maria do Sorro Leite falou sobre “Boas práticas do Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua no município de Porto Velho”, onde há 505 pessoas cadastradas atualmente.
Os Consultórios na Rua funcionam com equipes multiprofissionais que realizam suas atividades nos locais onde essa população costuma se concentrar, desenvolvendo ações compartilhadas e integradas às unidades de saúde e, quando necessário, também com as equipes dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), dos serviços de Urgência e Emergência e de outros pontos de atenção, de acordo com a necessidade do usuário. Quando necessário, utilizam as instalações das Unidades de Saúde do território.
Os especialistas ressaltam que há diferença entre morador de rua e pessoa em situação de rua, que está nessa condição provisoriamente, ate que se reerga.
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