Santana começou a trabalhar criança como entregador de jornal e jardineiro
Porto Velho, RO - Atuante como secretário geral de Governo desde 2017, no início da administração do prefeito da capital, Hildon Chaves,
O vereador Aleks Palitot, autor da proposta, pontua que a homenagem se dá em reconhecimento “ao trabalho competente e à dedicação de Santana”, que é natural de Cerejeiras, município do sul de Rondônia.
Aos 42 anos da idade, o cerejeirense reside desde o ano 2000 em Porto Velho. Foi jovem para a capital para dedicar-se ao trabalho e aos estudos.
Santana é graduado em Direito, Ciência Contábeis, e Administração de Empresas, tem pós-graduação em metodologia do ensino superior, especialista em direito civil, processo civil, direito ambiental, agrário com ênfase em regularização fundiária, mestrado em gestão empresarial e doutorado em direito internacional ambiental.
BIOGRAFIA INSPIRADORA
Era 30 de setembro de 1981, quando, por pouco, não teve seu nascimento na beira do rio em Cerejeiras. Levada às pressas ao hospital, a mulher deu à luz ao seu primeiro filho.
Filho de Dejanira de Jesus Santana e Juvenal Anjo Santana, assim vinha ao mundo Devanildo Jesus Santana, ou simplesmente, Santana.
Quando ele tinha seis anos, a família mudou-se para Jaru em busca de melhores oportunidades. Quando tinha dez, o pai mudou-se para uma área de garimpo na região de Ariquemes.
Para ajudar a mãe e as duas irmãs em casa, desde cedo Santana buscou toda e qualquer oportunidade de trabalho, não poupando esforços para desempenhar as atividades que lhe fossem oferecidas para ajudar nas contas de casa.
Virou entregador de jornal. Usando uma bicicleta como transporte, começava a distribuição às 4 horas da manhã, devendo entregar tudo antes do horário da aula.
“Às vezes me atrasava para chegar à escola, ainda mais em dias de chuva. Eram três títulos de jornal, e eu precisava me organizar para saber os locais em que deveria entregar, atividade que eu fazia inclusive aos sábados e domingos”, lembra-se.
A determinação não parava por aí. Ao realizar a distribuição, aproveitava para oferecer outros serviços nas residências. “Ajudava na limpeza de jardins, cortando a grama, capinando, podando árvores e até mesmo limpando piscinas. Na parte da tarde, depois da escola, colocava os instrumentos de jardinagem na bicicleta e partia para esses afazeres”.
Por vezes, recorreu à pescaria para garantir o almoço. E quem passasse pela rodoviária de Jaru nesta época, talvez tenha visto-o engraxando sapatos.
Aos finais de semana trabalhou como lavador de carros no lava-jato do empresário Closnei Rodrigues Guerra. Mas sua vida tomaria outras direções, graças, sempre, à dedicação e empenho, e ao fato de nunca ter abandonado os estudos.
Também trabalhou fazendo troca de produtos nas prateleiras do supermercado Irmãos Gonçalves. “Sou muito grato ao senhor João Gonçalves, foi outra pessoa que me ajudou muito”, agradece.
Já a velha bicicleta também serviu para que fosse vendedor de iogurtes e picolé, de porta em porta, transportando uma grande caixa de isopor.
AS TRÊS MULHERES
Deste período, se recorda com carinho e agradecimento de três mulheres que ajudaram a trilhar seu caminho: Maria Gorette Gobi de Oliveira, esposa de Noedi Carlos Oliveira, então prefeito de Machadinho; Susi Seguchi Orlette, proprietária da Madeira Incopa em Jaru; e Dora Batista dos Santos, proprietária da Madeira G. Batista.
Além de oferecerem emprego, essas mulheres conseguiram uma bolsa de estudo em um colégio particular. “Elas foram fundamentais em minha vida, confiavam no meu trabalho, asseguraram meu ensino, e ainda me deram material escolar”, recorda.
Nos últimos anos do ensino médio, contou com auxílio do deputado João da Muleta para conseguir viagens até Porto Velho, onde queria conhecer a Força Aérea Brasileira (FAB) e saber como ingressar na carreira militar.
Ao concluir os estudos, foram diversas viagens atrás de seu objetivo, com inscrições, exames, teste físico, até que, prestes a completar 18 anos, realizou seu primeiro sonho, e ingressou na FAB no dia 1º de agosto de 2000, ano em que mudou-se definitivamente para Porto Velho. “Entrei como recruta, depois de um ano tive a aprovação, virei soldado, morava dentro da Base Aérea por não ter onde morar em Porto Velho. Foi uma experiência que me ensinou muito sobre disciplina e hierarquia”.
Em 2002, foi aprovado no concurso da PM, do Idaron e da Escola de Sargentos das Armas (ESA), mas optou pela formação de soldado da PM, formando-se em dezembro. Em março de 2003, tomou posse pelo estado de Rondônia e se desligou, com muito lamento, da FAB.
Posteriormente, foi cedido para trabalhar na Assembleia Legislativa e chegou a ocupar o cargo de Assessoramento da Presidência do ex-presidente Carlos de Oliveira, posteriormente de Neodi Carlos de Oliveira, Valter Araújo e Hermínio Coelho.
Concomitante, iniciou o estudo superior cursando ciências contábeis pela Faro, curso que finalizou em 2006, emendando outra graduação, agora de administração, e também pós-graduação em metodologia de ensino superior.
Em 2007, iniciou o curso de direito, que concluiu com especialização em direito civil e processo civil. Em 2009 fez pós em direito ambiental e agrário com ênfase em regularização fundiária.
Fez mestrado em 2011 pela Universidade Autônoma de Assunção no Paraguai. Em 2013 iniciou o doutorado em Direito Internacional Ambiental, títulos reconhecidos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) vinculada ao Ministério da Educação.
Em 2015 desligou-se da PM para fundar um escritório de advocacia. Junto de um sócio, abriu escritórios dentro e fora do estado, trabalhando em casos de área ambiental, agrária, madeireira, pecuarista e de agricultores de grande e médio porte.
POLÍTICA COM EFICIÊNCIA
Em 2016 foi coordenador-geral da campanha do vereador Edwilson Negreiros. Também ingressou na campanha de Hildon Chaves na disputa pela prefeitura da capital. Em 1º de janeiro de 2017 tomou posse dentro da administração do executivo municipal.
Teve cargos dentro da Secretaria Geral de Governo ao longo de dois mandatos, incluindo o de Assessor de Política Governamental, onde desempenhou importante papel de articulador para destravar emendas de bancada, interlocução com órgãos de controle, governamentais e não governamentais, e alinhamento de estratégias políticas entre secretarias.
Faz parte de uma gestão que entra para a história de Porto Velho tendo resolvido problemas estruturais históricos, como o transporte público coletivo, o transporte escolar, a revitalização e concessão da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, a construção do novo terminal Rodoviário, a conclusão de mais de 1.400 unidades habitacionais que em breve realizarão o sonho da casa própria a mais de 10 mil pessoas, além do maior projeto de asfaltamento da história da capital rondoniense, entre tantos outros exemplos ainda em andamento.
FAMÍLIA E MENSAGEM
Santana tem dois filhos, a Kauanny e o Denis Kauan, além de dois enteados com a esposa Laís Talita, o Zyon e o Enzo.
Quando perguntado que recado daria a eles sobre perseverança na vida, responde: “Das adversidades que surgem, tenha sempre fé em Deus, com pé no chão, sem nunca esquecer de sua origem, fazendo uma reflexão diária para que ego e ganância não os deixem cegos e vaidosos. A humildade e a simplicidade levam para uma vida cheia de oportunidades”.
ATUAL
Agora, em 2023, o filho de Cerejeiras também é acolhido por Porto Velho. Pelo título de cidadão Porto-velhense, Santana diz: “Serei sempre agradecido a esta Casa de Leis, ao Aleks Palitot, que fez a indicação, e a todos os demais 20 vereadores que aprovaram de forma unânime essa que, para mim, é uma enorme honraria”.
Fonte: Extra de Rondônia
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