Viagem do ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro foi realizada a uma semana do segundo turno da eleição presidencial
Porto Velho, RO - Documentos comprovam que Anderson Torres, então ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro (PL), utilizou uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) para viajar à Bahia, seis dias antes da realização do segundo turno das eleições presidenciais do ano passado, para discutir o apoio da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) visando prejudicar o acesso de eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aos locais de votação.
Torres, que está preso desde 14 de janeiro por suspeita de omissão durante os atos golpistas do dia 8 de janeiro, quando militantes bolsonaristas e de extrema direita invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, prestará depoimento nesta segunda-feira (8) no âmbito do inquérito que apura as ações da PRF que dificultaram o transporte de eleitores em diversos estados do Nordeste.
Segundo a CNN Brasil, “o primeiro documento mostra que Torres pegou o voo da FAB no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, no dia 24 de outubro, às 17h30, e chegou a Salvador duas horas depois. A relação nominal mostra que Torres foi acompanhado do secretário-executivo do Ministério da Justiça, Antônio Lorenzo, do diretor-geral da Polícia Federal, Márcio Nunes, de um assessor especial do gabinete e dois agentes da PF”.
Um outro documento trata da reunião entre Torres e o superintendente da PF na Bahia, o delegado Leandro Almada, realizada no dia 25 de outubro, uma terça-feira da semana pré-eleição. Ainda conforme a reportagem, o secretário-executivo do MJ, o diretor-geral da Polícia Federal, e os delegados da PF na Bahia Marcelo Werner e Flávio Marcio Albergaria Silva também teriam participado do encontro.
Na ocasião, “Torres teria pedido apoio da PF nos bloqueios que a Polícia Rodoviária Federal faria no segundo turno das eleições presidenciais. A conversa foi confirmada à reportagem por fontes ligadas à PF e à PRF. A PF na Bahia, no entanto, não participou da ação. Torres e comitiva voltaram para Brasília logo após o encontro, às 16h30, conforme a agenda”.
A viagem de Torres à Bahia aconteceu após um relatório elaborado pela Diretoria de Inteligência do MJ apontar em quais municípios Lula teve mais votos que Bolsonaro no primeiro turno. Segundo a PF, que investiga o caso, o documento teria embasado as ações da PRF que visavam dificultar o acesso de eleitores do petista aos locais de votação.
O ex-ministro Anderson Torres está preso desde 14 de janeiro, por suspeita de omissão durante os atos golpistas do dia 8 de janeiro, quando militantes bolsonaristas e de extrema direita invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Ele prestará depoimento nesta segunda feira (8) no âmbito do inquérito que apura as ações da PRF que dificultaram o transporte de eleitores em diversos estados do Nordeste.
Fonte: Brasil247
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