Enquanto o governo não tem base consolidada no Congresso, a Bancada do Agro tem cerca de 350 parlamentares
Porto Velho, RO - O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem admitido, reservadamente, que terá de ceder nas negociações com a bancada do agro em relação à medida provisória que reestruturou a Esplanada dos Ministérios, especialmente em relação à demarcação das terras indígenas, segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo de quarta-feira, 10.
Além da demarcação das terras indígenas, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) também pode ser atendida em relação à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e ao Cadastro Ambiental Rural (CAR). A Conab foi transferida do Ministério da Agricultura e Pecuária para a pasta do Desenvolvimento Agrário. O CAR, por sua vez, foi transferido para o Meio Ambiente.
Bancada do agro quer retomar organização do governo Bolsonaro
Coordenadora de Política da Bancada do Agro no Senado e ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Até o início do governo petista, a questão sobre a demarcação de terras indígenas estava com o Ministério da Justiça. Desde janeiro, as políticas públicas para o setor estão sob liderança do Ministério dos Povos Indígenas, de Sonia Guajajara.
A Bancada do Agro está organizada para retomar a organização do governo Bolsonaro, de modo a fortalecer o Ministério da Agricultura e esvaziar as outras pastas. “Agora, integrantes dos ministérios, da base do governo e da Casa Civil já admitem, sob reserva, que terão de ceder”, revelou a Folha.
O motivo para o governo Lula ceder seria a crise na articulação política do Executivo, como, por exemplo, a derrota nos decretos que queriam destruir o Marco do Saneamento, assim como o enfraquecimento do governo no Congresso diante do PL 2630.
Enquanto o governo Lula não tem base consolidada no Congresso, a FPA tem cerca de 350 parlamentares.
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