Em discurso firme diante de Ursula von der Leyen, o presidente Lula criticou subsídios europeus e disse que o Brasil manterá sua posição de estimular a indústria nacional
Porto Velho, RO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta segunda-feira (12), no Palácio do Planalto, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e reafirmou a posição do Brasil em defesa dos interesses nacionais no acordo entre a União Europeia e o Mercosul.
Em pronunciamento, Lula criticou o dispositivo acrescentado ao acordo Mercosul-União Europeia que prevê a aplicação de sanções em caso de descumprimentos de obrigações dos países signatários. "Expus à presidente von der Leyen as preocupações do Brasil com o instrumento adicional ao acordo, apresentado pela União Europeia em março deste ano, que amplia as obrigações do Brasil e as torna objeto de sanções em caso de descumprimento. A premissa que deve existir entre parceiros estratégicos é da confiança mútua, e não de desconfiança e sanções", afirmou o presidente Lula.
Segundo Lula, a União Europeia está colocando entraves ao agronegócio brasileiro por motivos que vão além da preservação ambiental. "A União Europeia aprovou leis próprias com efeitos extraterritoriais e que modificam o equilíbrio do acordo. Essas iniciativas representam restrições potenciais às exportações agrícolas e industriais do Brasil", completou.
O presidente Lula afirmou também que a União Europeia e os Estados Unidos voltaram a implementar políticas de apoio à reindustrialização de seus países e defendeu que o Brasil dê preferência a produtos da indústria nacional nas compras do governo.
"O Brasil, que sofreu um grave processos de desindustrialização, tem ambições similares. Por isso, o Brasil manterá o poder de conduzir as políticas de fomento industrial, por meio do instrumento das compras públicas", afirmou Lula.
Fonte: Brasil247
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