Declarações de Cézar Bittencourt sobre "cumprir ordens" em caso das joias vendidas ilegalmente por Bolsonaro gera inquietação entre oficiais sobre transferência de culpa
Porto Velho, RO - As declarações do recém-contratado advogado do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, têm causado inquietação entre oficiais do Exército, trazendo questionamentos sobre a trajetória da defesa do militar. Durante uma entrevista concedida à GloboNews no dia 16 de agosto, Cézar Bittencourt afirmou que Cid apenas "cumpria ordens". Essas palavras referem-se ao caso das joias presenteadas ao então presidente, que foram desviadas e vendidas nos Estados Unidos.
De acordo com reportagem do jornalista Ricardo Noblat, colunista do Metrópoles, fontes militares relatam que a família Cid não teria sido consultada previamente sobre a entrevista do advogado, e que a declaração não seria uma representação de sua opinião. Ademais, destacam que Bittencourt ainda não teve a oportunidade de se encontrar com o ex-ajudante de ordens, tendo estabelecido contato inicial apenas com o general Mauro Lourena Cid e com Gabriella Cid, esposa do tenente-coronel.
Esse fato, segundo as fontes, poderia ser o suficiente para considerar a substituição da defesa de Cid pela terceira vez. Os advogados anteriores foram Rodrigo Roca, que tinha maior interesse em não envolver Bolsonaro, e Bernardo Fenelon, que se demitiu alegando "quebra de confiança".
O advogado atual alegou que Cid estava seguindo ordens hierárquicas e que não tinha a liberdade de se desviar delas, dado o seu papel como assessor militar de Bolsonaro. “Assessor cumpre ordens do chefe. Assessor militar com muito mais razão. O civil pode até se desviar, mas o militar tem por formação essa obediência hierárquica. Então, alguém mandou, alguém determinou. Ele é só o assessor. Assessor faz o quê? Assessora, cumpre ordens”, disse Bittencourt.
Fonte: Brasil247
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