Confira a lista de crimes em que Mauro Cid pode envolver Bolsonaro

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Confira a lista de crimes em que Mauro Cid pode envolver Bolsonaro


Prestes a fechar uma delação premiada, o ex-ajudante de ordens poderá falar, por exemplo, sobre desvios ilegais de joias da Presidência e tentativas de golpe de estado

Porto Velho, RO - Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid conseguiu a concordância da Polícia Federal para fechar um acordo de delação premiada com os investigadores - o acordo ainda depende de aprovação do Ministério Público Federal (MPF).

Desvios ilegais de joias, tentativas de golpe de estado, escutas clandestinas em altas autoridades da República e, possivelmente, casos de corrupção e envolvimento dos filhos de Bolsonaro em atividades irregulares: Cid, cuja função oficial era assessorar o ex-ocupante do Palácio do Planalto, pode revelar informações sobre todos esses assuntos, lista o Metrópoles. Segundo contam aliados, em grande parte do tempo, Bolsonaro supostamente não tinha disponibilidade para atender ligações ou ler mensagens, e até mesmo para pagar suas próprias contas bancárias. Cid era o centro de controle de todas essas atividades.

O tenente-coronel foi preso pela Polícia Federal no dia 3 de maio, na Operação Venire, sobre a inserção de informações falsas de vacinação contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde. No mesmo dia, as autoridades apreenderam os dispositivos celulares de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle. Há suspeitas de que o casal também esteja envolvido no esquema de falsificação de certificados de vacinação.

Confira abaixo a lista de crimes em que Mauro Cid poderá implicar Bolsonaro:

Cartões de vacinação - Investigação da Polícia Federal revela que os cartões de vacinação de Bolsonaro e de sua filha de 12 anos, Laura, foram falsificados em 21 de dezembro de 2022, poucos dias antes da viagem da família presidencial para os Estados Unidos. Além disso, outros registros falsificados incluem os do próprio Cid, sua esposa e suas filhas.

De acordo com os investigadores, aqueles que se beneficiaram com a falsificação conseguiram obter certificados de vacinação e burlar as medidas sanitárias dos Estados Unidos destinadas a conter a propagação da Covid-19. Bolsonaro declarou que nem ele nem sua filha receberam a vacina contra a Covid-19 e negou qualquer envolvimento na adulteração dos cartões de vacinação de sua família. Cid, por sua vez, foi convocado a prestar depoimento à Polícia Federal em 18 de maio para esclarecer sua participação na falsificação dos cartões de vacinação, mas optou por permanecer em silêncio durante o interrogatório.

Joias na Receita - Em 2021, o governo Bolsonaro empreendeu uma tentativa de importação não declarada para o Brasil, envolvendo um conjunto de joias da marca Chopard e um cavalo ornamental em miniatura com um valor estimado de 3 milhões de euros, o equivalente a cerca de R$ 16,5 milhões. Esses itens constituíam presentes oferecidos pelo governo da Arábia Saudita à Presidência brasileira. Entretanto, os objetos de luxo foram retidos pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos, uma vez que não haviam sido devidamente declarados.

Na tentativa de recuperar as joias, Cid foi designado pelo governo como o principal intermediário para tentar recuperar esses itens pessoalmente. Em seu depoimento à Polícia Federal, o militar revelou que Bolsonaro o solicitou a verificar a possibilidade de resgatar os objetos de luxo. É importante notar que não se tratava de uma ordem, mas sim de um pedido feito por Bolsonaro. Ao todo, o governo fez oito tentativas para recuperar as joias, envolvendo os ministérios de Minas e Energia, Economia e Relações Exteriores nesse processo.

Desvio e venda de joias - Cid teria desempenhado um papel intermediário na venda de uma caixa de joias que havia sido presenteada a Bolsonaro pelo governo saudita, encaminhando-a para uma loja de luxo em Nova York, nos Estados Unidos. Esses itens de joalheria foram posteriormente incluídos no catálogo de Dia dos Namorados da Fortuna Auction, com uma estimativa de preço variando entre US$ 120 mil e US$ 140 mil.

O leilão para aquisição das joias foi aberto no início deste ano. Além disso, o coronel Lourena Cid, pai de Mauro Cid, também está sob suspeita de ter participado da venda ilegal das joias. Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), os presentes oferecidos a presidentes devem permanecer no acervo da União.

8 de janeiro - Em junho, a revista Veja divulgou que a Polícia Federal descobriu uma minuta para a decretação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) armazenada no celular de Mauro Cid. O referido documento contemplava a implementação de um estado de sítio “dentro das quatro linhas” da Constituição, expressão frequentemente utilizada por Bolsonaro. Acredita-se que o militar tenha fotografado o documento e o enviado a um contato registrado em sua agenda como "Major Cid - AJO Pr" em 28 de novembro de 2022.

Fonte: Brasil247


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