Combustível pode começar a faltar em Rondônia, a partir de hojePorto Velho, RO - Cinco distribuidoras de combustíveis de Rondônia, que abastecem mais de 500 postos em todo o Estado, podem simplesmente deixar de entregar suas cargas, por não quererem cumprir decreto do governo rondoniense, em que, para obter descontos de ICMS em suas vendas, as empresas precisam apenas fazer uma prestação de contas contábil.
Caso não haja acordo (a última tentativa foi feita entre o final da manhã e o início da tarde da terça-feira), os consumidores poderão ir aos postos e não encontrarem uma só gota de gasolina, por exemplo, já nas próximas horas. Em resumo: o governo estadual, via decreto, concedeu aos postos de Guajará Mirim o desconto de 1 real no preço da gasolina e 88 centavos no do óleo diesel.
Para que as distribuidoras não tivessem prejuízo, o fisco compensaria a perda, com o próprio Estado bancando a diferença, através de uma simples comprovação contábil. A distribuidora apenas provaria que vendeu o combustível em Guajará a preço menor e, imediatamente, receberia o crédito relativo à diferença.
O que as distribuidoras não querem fazer é cumprir este simples procedimento. O resumo da situação foi feito pelo porta-voz do Sindicato dos Distribuidores de Combustíveis do Estado, o empresário Eduardo Valente, ao relatar a situação durante o programa Papo de Redação, com os Dinossauros Everton Leoni, Beni Andrade e Sérgio Pires, na rádio Parecis FM, nesta terça.
Foi Valente quem tentou de todas as formas encontrar uma saída para o impasse, uma verdadeira queda de braço entre a Secretaria de Finanças do Estado, que quer apenas que a lei seja cumprida e os representantes das cinco distribuidoras, que simplesmente não a querem cumprir.
O impasse pode atingir em cheio o consumidor final. Ainda mais num momento em que, com a seca histórica do rio Madeira, as balsas que trazem nosso combustível estão chegando com metade da carga. Valente deu um exemplo: uma balsa que trazia 5 milhões de litros, traz hoje 2 milhões e meio. De uma hora para outra, surgiu uma crise dentro da crise. Não há como buscar novos fornecedores, caso as distribuidoras que atendem Rondônia, mantenham sua decisão de cancelar o abastecimento, por não aceitarem cumprir a decisão do Estado.
Uma das alternativas propostas por Valente, em nome dos donos de postos, fosse que eles, os que vendem para o consumidor final, fizessem a prestação de contas, para terem o direito do desconto no ICMS que as distribuidoras estão ignorando.
É uma situação muito séria. Caso não se encontre uma alternativa e a gasolina, óleo diesel e outros combustíveis não cheguem nos postos até o final da quarta-feira, na quinta-feira, as bombas poderão amanhecer secas, causando uma verdadeira crise no abastecimento da Capital e de praticamente todas as cidades rondonienses.
Qual será o resultado disso tudo? Em breve saberemos...
Fonte: SÉRGIO PIRES
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