Em 2020, o “efeito Bolsonaro” não “colou”, levando à lona postulantes como Eyder Brasil (à época no PSL), por exemplo
Porto Velho, RO – Um questionamento extremamente válido para as eleições municipais de 2024 gira em torno da possibilidade de um postulante conseguir trazer para si a popularidade do presidente da República vigente.
Levando em conta 2020, a resposta, pelo histórico, seria não! Isto, vez que o candidato do bolsonarismo, à ocasião, era o ex-deputado federal Eyder Brasil (que concorreu pelo extinto PSL).
Brasil não só fora derrotado, como restou levado à lona por pelo menos oito concorrentes já na primeira etapa do pleito, vencendo apenas os seguintes nomes da política regional: Edvaldo Soares (PSC), Leonel Bertolin (PTB), Samuel Costa (PCdoB), Pimenta de Rondônia (PSOL), Pastor Leonardo Luz (PRTB) e Geneci Gonçalves (PSTU).
Mesmo com todos os recursos financeiros injetados em sua campanha, o antigo componente de Casa de Leis estadual fora abalroado inclusive por arquétipos da esquerda, como: Ramon Cujuí, do PT; e Vinícius Miguel, ex-Cidadania (hoje no PSB).
Para obliterar de vez a representatividade, o militar fora escorraçado do mandato perdendo o assento na Assembleia Legislativa (ALE/RO) quando tentou a reeleição.
Em suma, usando apenas seu caso como mote, seria plausível dizer que aquela força retumbante percebida na figura de Jair Bolsonaro (agora no PL) outrora não detém a mesma eficácia no sentido de contagiar adeptos.
Lado outro, forças inexpressivas isoladas como o deputado federal Coronel Chrisóstomo, correligionário do ex-morador do Alvorada, e o pecuarista Jaime Bagattoli, obtiveram, dois anos depois, vitórias maiúsculas em seus intentos apenas conservando o mantra, repetindo à exaustão – como o fazem até hoje –, o nome do ex-detentor da faixa presidencial.
Olhando de perto as duas situações há respostas distintas para a propositura que inaugura este artigo de opinião.
Por sua vez, é sabido que em Rondônia a esquerda cada vez mais vem perdendo espaços a despeito de determinadas figuras preservarem posições de destaque e importância nos debates político-sociais.
O conservadorismo e pautas neoliberais ocupam os postos de diálogo e emergem lideranças do campo destro.
Ainda assim, com Lula, do PT, na Presidência, é possível esperar que representantes da esquerda cheguem ao Poder na Capital de Rondônia no pleito deste ano?
A ex-senador Fátima Cleide, petista, detém ainda um dos maiores capitais eletivos e desponta como a grande possibilidade do campo progressista.
Em seguida vem Vinícius Miguel, que ocupa posições de destaque em quase todas as eleições às quais participa desde 2018, quando foi o mais votado de Porto Velho na corrida pelo Governo de Rondônia; o ex-governador e ex-deputado estadual Daniel Pereira, um conciliador mais ao centro; e o insistente Pimenta de Rondônia, do PSOL, figura carismática carimbada em todas as contendas.
Também tem o advogado Samuel Costa, do PCdoB, presença cativa em debates políticos televisionados com representantes da direita.
Esses expoentes, com a força do governo federal e a popularidade de Lula, teriam condições de desbancar o grupo do atual prefeito Hildon Chaves (sem partido), que, certamente, caminhará com a ex-deputada Mariana Carvalho (Republicanos)?
Enfim, a esquerda ainda tem vez na Cidade das Três Caixas D’Água? Fica a pergunta para o (a) leitor (a) em 2024.
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