Operação paralela teria sido montada para retirar Jair Renan Bolsonaro de uma investigação relacionada a suspeitas de tráfico de influência no governo, que acabou arquivada
Porto Velho, RO - A Polícia Federal está investigando indícios de uma operação paralela que teria sido montada pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com o objetivo de retirar Jair Renan Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro (PL), de uma investigação relacionada a suspeitas de tráfico de influência no governo, que acabou sendo arquivada.
A agência também teria repassado informações ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e a Jair Renan e produzido provas para favorecê-los em processos judiciais. O deputado federal Alexandre Ramagem, que chefiou a Abin durante o governo Jair Bolsonaro (PL), foi alvo de uma operação da PF na manhã desta quinta-feira (24).
Segundo o jornal O Globo, na ocasião, "a PF já havia apontado que uma ação da Abin havia atrapalhado as investigações envolvendo Jair Renan. Agora, os policiais encontraram elementos que indicam como motivação uma tentativa de livrar o filho de Bolsonaro das suspeitas que recaíam sobre ele — e de incriminar o ex-sócio de Jair Renan".
O caso remonta ao período em que Jair Renan abriu um escritório no estádio Mané Garrincha, em Brasília, atuando em parceria com seu ex-personal trainer para atrair patrocinadores para o empreendimento. A investigação foi iniciada após a imprensa revelar que Jair Renan e seu ex-personal trainer intermediaram uma reunião de empresários com membros do governo Bolsonaro. O inquérito foi arquivado em agosto de 2022.
Durante a investigação, a Abin começou a seguir o ex-personal trainer de Jair Renan e um agente foi flagrado em uma ação de espionagem pela Polícia Militar do Distrito Federal. O agente da Abin alegou que recebeu a missão de levantar informações sobre um carro elétrico doado ao filho do então presidente e ao personal trainer por um empresário interessado em ter acesso ao governo.
A PF, ao analisar o caso, concluiu que a Abin interferiu nas investigações, mudando o estado de ânimo do investigado. A Agência teria atrapalhado o andamento da investigação envolvendo Jair Renan. O relatório da polícia destacou que essa interferência pode ter estimulado os investigados a combinarem versões.
O advogado de Jair Renan, Admar Gonzaga, afirmou que não teve acesso à investigação da PF e considera as informações divulgadas como especulações da imprensa.
Nesta quinta-feira (24), o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin durante o governo Bolsonaro, sete policiais federais e três servidores da Abin foram alvos de uma operação da PF que investiga o uso do programa espião de monitoramento de celulares First Mile pela agência de inteligência. A polícia apura se a Abin produziu dossiês envolvendo ministros do Supremo Tribunal Federal e se monitorou políticos e jornalistas.
Fonte: Brasil247
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