Empresas eram registradas em nome de laranjas e atuavam no fornecimento de equipamentos e uniformes
Porto Velho, RO - O Comando do Exército suspendeu contratos no valor de R$ 17 milhões, assinados com empresas suspeitas de participarem de um esquema de fraudes a licitações para o fornecimento de equipamentos e uniformes. As empresas envolvidas são a Camaqua Comércio de Confecções e Serviços e a Duas Rainhas Comércio de Artigos Militares e, segundo o Metrópoles, “ambas são ligadas a um mesmo contador e a um antigo personagem do escândalo dos Correios, que desaguou no mensalão, em 2005”.
Em um despacho publicado no Diário Oficial da União (DOU), o chefe da Divisão de Aquisições, Licitações e Contratos do Comando do Exército, major Rafael Cândido de Oliveira Leite, determinou a suspensão unilateral de 15 contratos sob suspeita para “assegurar a proteção do erário e garantir que a autoridade competente disponha de informações suficientes para tomar decisões embasadas ao longo do processo administrativo”.
Ainda segundo a reportagem, as empresas envolvidas no esquema fazem parte de um grupo de quatro empresas que disputaram 157 licitações nas Forças Armadas. Elas têm se destacado por terem sócios jovens, com idades entre 20 e 21 anos. Um dos sócios chegou a receber o auxílio emergencial durante a pandemia, mas o pagamento foi suspenso pelo governo federal.
Além disso, as empresas têm ligações com o contador Luiz Romildo de Mello, que já foi alvo de operações policiais investigando a criação de laranjas para fraudar licitações. Também têm relações com o empresário Artur Wascheck Neto, conhecido por seu envolvimento no escândalo de licitações nos Correios em 2007.
A empresa Duas Rainhas, aberta em julho de 2022, foi a maior fornecedora de bens materiais para o Exército em dezembro, com um contrato de R$ 9,2 milhões para fornecer macacões às tropas. Documentos mostram que os atestados de capacidade técnica da empresa foram assinados por empresas de Romildo e seu filho.
Fonte: Brasil247
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