Órgão aponta deputada como mandante do crime; parlamentar diz que não há provas
Porto Velho, RO - A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti Neto pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ambos já tinham sido indiciados pela Polícia Federal (PF) no caso.
Para o procurador-geral da República, Paulo Gonet, Zambelli atuou como mandante do crime. Delgatti, por sua vez, é o executor.
“Zambelli comandou a invasão a sistemas institucionais utilizados pelo Poder Judiciário, mediante planejamento, arregimentação e comando de pessoa com aptidão técnica e meios necessários ao cumprimento de tal mister”, diz um trecho da denúncia.
Para a PGR, a finalidade de Zambelli teria sido “adulterar informações, sem autorização expressa ou tácita de quem de direito”.
No total, são dez os crimes citados na denúncia. Sete deles dizem respeito à prática de invasão de dispositivo informático. Outros três dizem respeito à falsidade ideológica.
A denúncia foi apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira 23. Agora, a primeira turma do tribunal vai avaliar se aceita ou não o pedido protocolado pela PGR.
Segundo a PF, a invasão ao site do CNJ aconteceu em novembro de 2022. Já no início de 2023, Delgatti teria inserido documentos falsos no sistema do CNJ, a exemplo de um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.
Delgatti, que está preso, acusou Zambelli de redigir o falso mandado. A deputada nega.
Zambelli afirmou, em nota, que recebeu a denúncia com surpresa. Segundo ela, não há provas de que ela teria colaborado para que o hacker invadisse o sistema do CNJ.
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