Câmara aprova urgência para votar projeto que permite taxar previdência privada de herdeiros

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Câmara aprova urgência para votar projeto que permite taxar previdência privada de herdeiros

 Votação do mérito deve ocorrer nesta terça-feira. Texto, que é o segundo projeto de regulamentação da Reforma Tributária, também prevê a criação do comitê que vai gerir o Imposto sobre Bens e Serviços


Plenário da Câmara dos Deputados presidida por Arthur Lira — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

Porto Velho, Rondônia - 
A Câmara dos Deputados aprovou, nesta segunda-feira, a urgência para votar a segunda etapa da regulamentação da Reforma Tributária. O texto em discussão trata das regras de administração do comitê gestor do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), a ser arrecadado por estados e municípios no novo sistema de tributação do consumo.

A proposta também prevê a controversa cobrança de imposto sobre herança de previdência privada. O texto propõe que estados possam taxar recursos depositados em planos de previdência privada e transmitidos a beneficiários por meio de heranças.

O primeiro e mais amplo projeto de regulamentação da Reforma Tributária, que tratava da unificação de impostos sobre consumo, criação do Imposto Seletivo entre outras questões, foi aprovado pela Câmara em julho e está no Senado.

A expectativa é que o segundo projeto de regulamentação tenha seu mérito votado já nesta terça na Câmara.

Nele, os deputados estabeleceram que os investidores que ficarem mais de cinco anos no produto financeiro de previdência privada a contar da data do aporte inicial, serão isentos do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) — que é de competência estadual.

A permissão para os estados taxarem os planos chegou a ser incluída numa primeira versão da proposta, mas foi retirada por decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Alguns estados já cobram imposto

Atualmente, alguns estados já cobram ITCMD sobre planos de previdência privada — do tipo VGBL e PGBL — no momento da transferência para herdeiros. Mas não há uma regra uniforme, e isso é alvo de disputas na Justiça.

Por isso, os estados queriam estabelecer um padrão para a cobrança desse imposto. A ideia é evitar que a previdência complementar seja usada como planejamento sucessório.

O texto a ser votado hoje também define como será o funcionamento do Comitê Gestor do IBS, tributo que será a junção do ICMS (estadual) e do ISS (municipal). A reforma também cria a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), reunindo os impostos federais sobre o consumo.

Comitê Gestor


O comitê será responsável por administrar e fiscalizar o imposto de estados e municípios — uma espécie de Receita Federal de entes subnacionais. O texto cria um processo administrativo sobre a cobrança do imposto, uma espécie de novo Carf (que funciona como um tribunal da Receita), formado por três instâncias de decisão.

Contribuintes poderão participar da última instância de decisão do Comitê Gestor e nas demais etapas do processo administrativo. A participação dos contribuintes deve ocorrer por meio de federações e associações de setores empresariais. A versão enviada pelo governo determinava que apenas auditores fiscais fariam parte da última instância.

A instância superior para definição de disputas tributárias será a Câmara Superior, a ser formada por oito representantes do Fisco (sendo quatro de estados e quatro de municípios) e oito dos contribuintes. As demais instâncias do Comitê também terão formação paritária.

Os representantes dos contribuintes serão nomeados entre pessoas indicadas por entidades representativas de categorias econômicas e aprovadas em processo seletivo público para avaliação de conhecimentos e de experiência em matéria tributária. O governo admite que esse projeto pode ser votado apenas em agosto.


Fonte: O GLOBO

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