Cansado de telemarketing no celular? Anatel terá ferramenta antigolpe e 'antiperturbação'

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Cansado de telemarketing no celular? Anatel terá ferramenta antigolpe e 'antiperturbação'

Chamado de 'Origem verificada', protocolo de segurança será expandido até o final do ano, segundo a agência. Chamadas terão autenticação para empresas que aderirem


Novo protocolo da Anatel já está em uso em outros países, como EUA, Canadá e França — Foto: Pixabay

Porto Velho, Rondônia -
Até o final do ano, mais brasileiros vão notar que ligações de bancos, seguradoras e outros serviços conhecidos por serem "chamadores frequentes" vão aparecer de forma diferente na tela do celular. Além do número de telefone, informações como nome da empresa e até o motivo do contato serão exibidas.

A alteração nas chamadas é resultado de um protocolo de segurança "antigolpes" em implementação pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Inicialmente conhecido pelo nome usado internacionalmente, stir/shaken, o projeto foi recentemente renomeado pela autarquia para ficar conhecido, no Brasil, como "Origem Verificada".

Em uso em países como França, Canadá e Estados Unidos, o stir/shaken visa aumentar a segurança de chamadas eletrônicas ao certificar o usuário da procedência das ligações. O trabalho de introdução do sistema no Brasil começou a ser feito pela Anatel no ano passado, com um grupo de trabalho dedicado ao tema.

O objetivo principal é combater golpes, ao garantir que o consumidor saiba quem está ligando, mas também inibir as centrais de telemarketing e teleatendimento de realizar ligações abusivas, explica o superintendente de Obrigações da Anatel, Gustavo Borges. Ele afirma que o projeto foi pensado originalmente para combater o spoofing (quando o número de uma chamada é alterado para enganar o destinatário).

— Mas, no fim, ele aborda dois problemas para o consumidor: o da fraude e das chamadas abusivas. Se o consumidor receber ligações insistentes ou em horários inconvenientes, isso ficará registrado e ele poderá mais facilmente acionar uma reclamação — afirma ele.

Adesão de bancos e operadoras

Para funcionar, o protocolo depende do orquestramento de uma rede complexa que envolve as operadoras de serviços telefônicos, os fabricantes de aparelhos celulares, as empresas de telefonia e as empresas que são grandes "chamadores". A ativação do sistema antigolpes e "anti incômodo" depende do engajamento de todas as partes.

Segundo a Anatel, 33 operadoras de serviços telefônicos, o que inclui as maiores prestadoras de serviço de call-center do país, aderiram ao "Origem Verificada". Tim, Vivo e Claro também entraram no protocolo, assim como os maiores bancos brasileiros, como Itaú e Bradesco. Entre as fabricantes, a Anatel tem trabalhado com a Motorola, Apple e Samsung, segundo o superintendente da agência.

Para receber as chamadas autenticadas, os smartphones precisam ter conexão 4G ou 5G. Com a atualização do Galaxy S22 feita neste mês para receber os selos nas ligações, a Samsung tomou a dianteira entre as fabricantes. "Para o consumidor receber chamadas com esse serviço, basta ter o aparelho na sua versão atualizada e a rede da operadora possuir o serviço", informa a empresa.

As empresas que quiserem que suas chamadas apareçam com a verificação vão precisar contratar o serviço diretamente com as operadoras de serviços telefônicos, de acordo com a Anatel. A prestação do serviço gerará um custo adicional que será definido pelas próprias operadoras.

O usuário que receber a chamada verificada poderá ter, na tela do telefone, o selo de autenticação, a mensagem de "origem verificada", o nome da empresa e, em alguns aparelhos, também o motivo da chamada e o logo da companhia. Borges aposta que a identificação é de interesse dos grandes call-centers e bancos:

— Até setembro, a gente já espera ter uma ampliação grande do volume de chamadas disparadas com autenticação.


Fonte: O GLOBO

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