Setor de serviços cresce 1,7% em junho e bate novo recorde, puxado por transportes

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Setor de serviços cresce 1,7% em junho e bate novo recorde, puxado por transportes

  Segmento de transporte aéreo é um dos destaque. Maior demanda por serviços contribui para alta da inflação

Movimentação no embarque e desembarque no aeroporto Galeão — Foto: Marcia Foletto/Agência O Globo

Porto Velho, Rondônia - 
O setor de serviços cresceu 1,7% em junho, após queda no mês anterior. Foi o maior avanço desde 2022 e foi impulsionado pelo setor de transportes, especialmente o aéreo. O número veio acima da expectativa de especialistas, que projevam alta de 0,8%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira pelo IBGE. Com o resultado, o setor bateu novo recorde.

No acumulado do primeiro semestre de 2024, o setor teve expansão de 1,6%.Já nos últimos 12 meses, o crescimento foi em ritmo menor, de 1%.

A expansão do setor de serviços é um indicador de aquecimento da economia. O que economistas vão avaliar, agora, é qual o impacto sobre a inflação dessa maior demanda por serviços no país. Essa é uma das variáveis em que o Banco Central está de olho para decidir os rumos da Selic, a taxa básica de juros no país, que está em 10,5%.

O principal destaque do resultado da pesquisa divulgada hoje foi o crescimento no setor de transportes, que mostrou expansão de 1,8%, recuperando a perda de 1,5% de maio.

“Esse resultado vem muito em função do transporte aéreo, impulsionado pela queda dos preços das passagens áreas. Mas também contribuiu o transporte dutoviário e a navegação de apoio marítimo, atividades relacionadas com as indústrias extrativas, como a de gás e a de óleos brutos de petróleo”, disse Rodrigo Lobo, gerente da Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE.

Houve crescimento tanto no transporte de passageiros como no de cargas. No primeiro caso, a alta foi de 6,2% em relação a maio, quando houve queda. Já a expansão da movimentação de cargas foi de 0,4%, em junho. No mês anterior, o segmento também havia registrado recuo.

Para Lobo, embora a conjuntura econômica auxilie no bom desenvolvimento das atividades, ela não é determinante para o bom momento do setor de serviços.

— O que faz com que o serviços alcancem esse ápice é a demanda e o espaço para crescimento das das receitas das empresas que atuam nesses segmentos mais dinâmicos — explica.

Crescimento em todas as atividades

Embora os serviços de transporte tenham puxado a alta na receita o setor, todas as cinco atividades pesquisadas pelo IBGE apresentaram crescimento em junho. Também tiveram destaques os serviços de informação e comunicação, que cresceram 2,0% após recuo de 1,1% em maio, com avanço do desenvolvimento e licenciamento de softwares, além dos serviços de streaming e de telecomunicações.

“O setor de informação e comunicação também atinge o ápice da sua série histórica em junho de 2024. O comportamento dos serviços de tecnologia desde o pós-pandemia tem se mostrado fundamental para o volume de serviços do país, principalmente pelo aumento considerável nos serviços voltados às empresas, notadamente os serviços de tecnologia da informação”, acrescenta Lobo.

A atividade de serviços profissionais administrativos e complementares também se destacou com o crescimento de 1,3%, recuperando parte dos 3,2% perdidos no período entre abril e maio. Esse setor foi impulsionado pela organização de eventos coorporativos, a administração de cartões de desconto e programas de fidelidade.

Já entre os principais impactos negativos, é possível observar ainda a influência das enchentes no Rio Grande do Sul, responsáveis pela queda dos serviços de concessionárias de rodovias em junho, por conta da base de comparação elevada. Se em maio houve queda na receita nominal dessas empresas, este mês ela apresenta crescimento, ao passo em que o volume cai.

— A gente tem que olhar maio e junho em conjunto para ver os impactos das enchentes do Rio Grande do Sul. No mês passado, houve a liberação de praças de pedágios das rodovias gaúchas, isso provocou uma queda na receita das concessionárias, e um aumento do volume de serviços. Esse mês, com a normalização das cobranças, e em função da base de comparação baixa, a receita nominal cresceu demais e acabou pressionando negativamente essa atividade econômica.


Fonte: O GLOBO

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