Quadrilha havia alugado estabelecimento próximo e construiu caminho com 150 metros de extensão para realizar o roubo
O alvo dos ladrões era uma agência do Banco Macro em San Isidro — Foto: Fabian Marelli
Porto Velho, Rondônia - Um atentado contra a segurança bancária em San Isidro, Buenos Aires, foi frustrado na última quarta-feira graças à observação atenta de um entregador. Ao estacionar seu caminhão, o homem notou uma barra de ferro que surgia do pavimento e chegou a esbarrar no veículo, fazendo um som estranho.
Segundo La Nacion, as pessoas na rua perceberam o ocorrido e também se aproximara. Ninguém entendia o que era aquilo e passaram a tentar remover o vergalhão, mas não era possível. Os comerciantes do local decidiram dobrá-lo e pediram então aos seguranças do banco que colocassem um cone laranja fluorescente para que o local ficasse demarcado.
O grupo alertou às autoridades locais, e mediante investigação descobriram o túnel com 150 metros de extensão e 4,5 metros de profundidade que seria usado para alcançar os cofres dos bancos na região.
“Foi cofrado em madeira. Parte do percurso tinha 1,20 metros de altura e era difícil respirar por falta de oxigênio. Tinha setores onde era preciso andar como se estivesse rastejando”, disse um detetive do caso.
Posteriormente, a Polícia Argentina descobriu que a quadrilha responsável pelo túnel havia planejado o roubo durante meses em um antigo bar frequentado por juízes e promotores do país. Chamado de "Habeas Corpus", o estabelecimento fica localizado na Ituzaingó 341, em frente ao prédio onde funcionam os Tribunais de San Isidro, e fechou inesperadamente no final de 2022.
O armazém onde a quadrilha começou a fazer o túnel — Foto: Fabian Marelli
Dois meses depois, o imóvel foi alugado. O inquilino, que assinou um contrato de três anos e deixou uma garantia de US$ 600, supostamente pretendia montar um supermercado, uma selaria ou um local para expor suprimentos para cavalos que vendia online. O tempo passou e nenhum dos empreendimentos se concretizou. Tudo era uma tela para a preparação de um golpe.
“Presumimos que os criminosos acreditaram que o local fazia fronteira com o setor de cofres da agência bancária, cuja entrada é em Chacabuco 444, mas por algum motivo, que pode ser devido à qualidade das paredes que tiveram que perfurar ou à localização, não funcionou para eles. Também é provável que tenha sido utilizado para fazer medições técnicas para planejar o golpe”, explicaram os porta-vozes consultados
Por fim, a quadrilha, em agosto do ano passado, alugou um imóvel que funcionava como oficina mecânica de automóveis, localizado na rua Chacabuco 535/547, onde os ladrões começaram a fazer o túnel que os ligaria à agência bancária e que foi descoberto na última quarta-feira.
Planos e mapa de satélite
Conforme relatado por LA NACION , na propriedade de Chacabuco 535/547 a polícia de Buenos Aires encontrou um mapa de satélite da área e plantas que deveriam ser da agência bancária que pretendiam roubar.
“Foram encontradas plantas onde, supostamente, havia informações sobre os sensores do sistema de alarme instalado no banco. As evidências encontradas mostram o planejamento realizado pela organização criminosa. Estima-se que planejavam roubar um saque de 30 milhões de dólares”, explicaram os porta-vozes consultados.
Também foram encontradas fotografias e anotações que eles fizeram com a quantidade de metros, supostamente, entre a agência bancária e o imóvel alugado para preparar o plano criminoso.
Os ladrões pretendiam assaltar a agência San Isidro do Banco Macro — Foto: Fabian Marelli
A primeira suspeita foi de que o túnel pudesse se conectar com um imóvel localizado na calçada em frente ao banco, mas essa hipótese logo foi descartada.
Após mais de 12 horas de trabalho, descobriu-se que o túnel começava em um armazém localizado em Chacabuco 535/547.
Na antiga oficina, detetives da polícia de Buenos Aires e funcionários da Prefeitura de San Isidro encontraram colchões, o que indicaria que a turma dormia ali, e sacos plásticos e de aniagem semelhantes aos usados pelos corralones para vender areia para obras em construção, para onde carregavam a terra que retiravam ao cavar o poço.
Fonte: O GLOBO
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