O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo em protesto de servidores do BC — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo
Porto Velho, Rondônia - Às vésperas da decisão do Banco Central do Brasil (BC) sobre o patamar da taxa básica de juros, a equipe econômica aposta na elevação da Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom). O time do ministro Fernando Haddad acredita, no entanto, que a opção será por uma alta pequena, de 0,25 ponto percentual (p.p).
A projeção está em linha com o que espera a maior parte dos analistas do mercado financeiro. A diretoria do BC irá se reunir a partir de hoje e o anúncio sobre os juros será feito na quarta-feira. Se a aposta se confirmar, a taxa irá para 10,75% ao ano, retomando a trajetória ascendente, o que não ocorria desde 2022.
Integrantes do Ministério da Fazenda entendem que a alta no juros neste momento tornou-se inescapável diante dos últimos movimentos de membros do Copom. Na avaliação de parte do time de Haddad, houve uma comunicação excessiva do BC, o que levou o colegiado a ter de entregar algum aperto monetário, ainda que marginal.
Além da indicação da última ata do Copom, de que o BC não hesitaria em elevar os juros caso isso se mostrasse necessário, o diretor de política monetária, Gabriel Galípolo, reforçou semanas depois que a alta da Selic estava "na mesa". Com isso, a alta da Selic entrou de vez no radar dos investidores e do time de Haddad.
O diagnóstico é que, de certa forma, se tornou uma “profecia autorrealizável”, já que as indicações pressionaram a curva de juros e a alta da Selic passou a ser vista até como uma forma de preservar a credibilidade das sinalizações do BC.
Apesar da deflação registrada em agosto, a surpresa recente com o crescimento da economia e a forte estiagem tendem a pressionar a inflação. O relatório Focus mostrou que os analistas ajustaram para cima o IPCA do ano. Ainda assim, apostam em 4,35%, dentro, portanto, do intervalo de tolerância da meta.
Para integrantes do time de Haddad, isso reforça que a alta da Selic só virá para ajustar as expectativas e deixá-la em linha com a comunicação do BC — e não necessariamente como resultado de uma necessidade evidente de alta de juros neste momento.
O argumento da Fazenda é que o mercado vem se alinhando às projeções do governo em relação ao resultado fiscal, o que mostraria que a equipe econômica está entregando sua parte no esforço para a contenção da inflação e, em consequência, dos juros.
Essa será a primeira reunião do Copom com Galípolo como escolhido para suceder Roberto Campos Neto no comando da autoridade monetária. A taxa básica de juros começou a cair em agosto de 2023, quando o BC a reduziu de 13,75% para 13,25% ao ano. Desde então, o comitê promoveu sucessivos cortes até decidir mantê-la em 10,5% em junho deste ano.
Fonte: O GLOBO
Porto Velho, Rondônia - Às vésperas da decisão do Banco Central do Brasil (BC) sobre o patamar da taxa básica de juros, a equipe econômica aposta na elevação da Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom). O time do ministro Fernando Haddad acredita, no entanto, que a opção será por uma alta pequena, de 0,25 ponto percentual (p.p).
A projeção está em linha com o que espera a maior parte dos analistas do mercado financeiro. A diretoria do BC irá se reunir a partir de hoje e o anúncio sobre os juros será feito na quarta-feira. Se a aposta se confirmar, a taxa irá para 10,75% ao ano, retomando a trajetória ascendente, o que não ocorria desde 2022.
Integrantes do Ministério da Fazenda entendem que a alta no juros neste momento tornou-se inescapável diante dos últimos movimentos de membros do Copom. Na avaliação de parte do time de Haddad, houve uma comunicação excessiva do BC, o que levou o colegiado a ter de entregar algum aperto monetário, ainda que marginal.
Além da indicação da última ata do Copom, de que o BC não hesitaria em elevar os juros caso isso se mostrasse necessário, o diretor de política monetária, Gabriel Galípolo, reforçou semanas depois que a alta da Selic estava "na mesa". Com isso, a alta da Selic entrou de vez no radar dos investidores e do time de Haddad.
O diagnóstico é que, de certa forma, se tornou uma “profecia autorrealizável”, já que as indicações pressionaram a curva de juros e a alta da Selic passou a ser vista até como uma forma de preservar a credibilidade das sinalizações do BC.
Apesar da deflação registrada em agosto, a surpresa recente com o crescimento da economia e a forte estiagem tendem a pressionar a inflação. O relatório Focus mostrou que os analistas ajustaram para cima o IPCA do ano. Ainda assim, apostam em 4,35%, dentro, portanto, do intervalo de tolerância da meta.
Para integrantes do time de Haddad, isso reforça que a alta da Selic só virá para ajustar as expectativas e deixá-la em linha com a comunicação do BC — e não necessariamente como resultado de uma necessidade evidente de alta de juros neste momento.
O argumento da Fazenda é que o mercado vem se alinhando às projeções do governo em relação ao resultado fiscal, o que mostraria que a equipe econômica está entregando sua parte no esforço para a contenção da inflação e, em consequência, dos juros.
Essa será a primeira reunião do Copom com Galípolo como escolhido para suceder Roberto Campos Neto no comando da autoridade monetária. A taxa básica de juros começou a cair em agosto de 2023, quando o BC a reduziu de 13,75% para 13,25% ao ano. Desde então, o comitê promoveu sucessivos cortes até decidir mantê-la em 10,5% em junho deste ano.
Fonte: O GLOBO
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