Lula na live 'Conversa com o Presidente' — Foto: Ricardo Stuckert / PR
Porto Velho, Rondônia - Após abandonar as lives semanais diante da baixa audiência e em mais um momento de recuo na popularidade, o governo faz testes e avalia um novo modelo de transmissões ao vivo para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Uma das novidades em análise pelo ministro Paulo Pimenta, que voltou na semana passada ao comando da Secretaria de Comunicação Social (Secom), é um formato em que o próprio chefe do Executivo conversa com a população, sem um apresentador mediando o contato com o público.
O Palácio do Planalto vive novo momento de tensão com a avaliação de Lula diante da pesquisa Ipec divulgada na semana passada. Após meses de números indicando uma recuperação, o novo levantamento apontou que o governo é considerado ótimo ou bom por 35% dos brasileiros, frente a 37% em julho, oscilação negativa dentro da margem de erro. Já a quantidade de brasileiros que define a gestão como ruim ou péssima cresceu no mesmo período de 31% para 35%. A avaliação regular se moveu de 31% para 28%.
Mais do que isso, a crise provocada pelas queimadas que se alastram pelo país provocou efeitos. Com relação ao meio ambiente, 44% consideram que a gestão de Lula é ruim ou péssima nesta área, 11 pontos a mais do que em abril. Além dos incêndios, o período entre as duas pesquisas foi marcado também por enchentes no Rio Grande do Sul.
Diante deste quadro, Lula viajou ao Amazonas na semana passada na tentativa de mostrar uma resposta do governo e já estreou um novo estilo de live. Em Campo Novo, para visitar comunidades isoladas pela estiagem na Amazônia, Lula parou na varanda de uma casa e conversou com uma família local ao lado de ministros, que também participaram da transmissão.
O modelo poderá se repetir em novas viagens de Lula, especialmente quando o presidente estiver entregando obras ou anunciando melhorias. Uma das estratégias é tentar demonstrar que as intervenções têm impacto direto na vida das pessoas com quem Lula poderá conversar.
Esta é a segunda tentativa do Planalto de fazer lives com Lula. Da primeira vez, ocorriam no Palácio do Alvorada, com perguntas feitas pelo jornalista Marcos Uchôa. Com formato considerado engessado dentro do próprio governo e pouca repercussão, o modelo acabou extinto. A última transmissão, em dezembro de 2023, soma 95 mil visualizações no YouTube. A live mais recente do ex-presidente Jair Bolsonaro na mesma plataforma teve 2,5 milhões de visualizações desde janeiro de 2024, número 26 vezes maior
A iniciativa também contemplaria outro objetivo da Secom, que é ampliar a comunicação regionalizada e segmentada entre os públicos, com foco nas pessoas que são impactadas pelas melhorias do governo federal.
Há também uma avaliação que persiste desde o início do governo sobre a demora na resposta a acontecimentos que atingem a gestão. A demissão de Silvio Almeida um dia após as acusações de assédio sexual, que ele nega, terem surgido é citada como uma exceção recente de reação célere, dentro de quase dois anos com exemplos em sentido oposto – um dos casos lembrados é o da explosão dos casos de dengue.
No caso das queimadas, ainda não há no horizonte da Secom uma campanha específica para alertar a população sobre os focos de incêndio e os cuidados a serem tomados. O entorno do ministro diz que esse tema será um dos trabalhados por ele a partir desta semana. Auxiliares consideram que a demora do governo em se posicionar sobre determinados temas abre o flanco para propagação de fake news e desinformação. Na semana passada, a ministra Nísia Trindade (Saúde) convocou uma entrevista coletiva para anunciar ações da pasta e prestar orientações para a população, mas auxiliares de Lula entendem que mais iniciativas do tipo deveriam ser feitas também por outras pastas.
O retorno de Pimenta à Secom também deve marcar o reforço de pedido aos ministros para que se empenhem ainda mais para serem porta-vozes do governo e que cada um deles inclua em seu discurso a defesa da gestão Lula de forma geral, não apenas de suas áreas.
Fonte: O GLOBO
Porto Velho, Rondônia - Após abandonar as lives semanais diante da baixa audiência e em mais um momento de recuo na popularidade, o governo faz testes e avalia um novo modelo de transmissões ao vivo para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Uma das novidades em análise pelo ministro Paulo Pimenta, que voltou na semana passada ao comando da Secretaria de Comunicação Social (Secom), é um formato em que o próprio chefe do Executivo conversa com a população, sem um apresentador mediando o contato com o público.
O Palácio do Planalto vive novo momento de tensão com a avaliação de Lula diante da pesquisa Ipec divulgada na semana passada. Após meses de números indicando uma recuperação, o novo levantamento apontou que o governo é considerado ótimo ou bom por 35% dos brasileiros, frente a 37% em julho, oscilação negativa dentro da margem de erro. Já a quantidade de brasileiros que define a gestão como ruim ou péssima cresceu no mesmo período de 31% para 35%. A avaliação regular se moveu de 31% para 28%.
Mais do que isso, a crise provocada pelas queimadas que se alastram pelo país provocou efeitos. Com relação ao meio ambiente, 44% consideram que a gestão de Lula é ruim ou péssima nesta área, 11 pontos a mais do que em abril. Além dos incêndios, o período entre as duas pesquisas foi marcado também por enchentes no Rio Grande do Sul.
Diante deste quadro, Lula viajou ao Amazonas na semana passada na tentativa de mostrar uma resposta do governo e já estreou um novo estilo de live. Em Campo Novo, para visitar comunidades isoladas pela estiagem na Amazônia, Lula parou na varanda de uma casa e conversou com uma família local ao lado de ministros, que também participaram da transmissão.
O modelo poderá se repetir em novas viagens de Lula, especialmente quando o presidente estiver entregando obras ou anunciando melhorias. Uma das estratégias é tentar demonstrar que as intervenções têm impacto direto na vida das pessoas com quem Lula poderá conversar.
Esta é a segunda tentativa do Planalto de fazer lives com Lula. Da primeira vez, ocorriam no Palácio do Alvorada, com perguntas feitas pelo jornalista Marcos Uchôa. Com formato considerado engessado dentro do próprio governo e pouca repercussão, o modelo acabou extinto. A última transmissão, em dezembro de 2023, soma 95 mil visualizações no YouTube. A live mais recente do ex-presidente Jair Bolsonaro na mesma plataforma teve 2,5 milhões de visualizações desde janeiro de 2024, número 26 vezes maior
A iniciativa também contemplaria outro objetivo da Secom, que é ampliar a comunicação regionalizada e segmentada entre os públicos, com foco nas pessoas que são impactadas pelas melhorias do governo federal.
Há também uma avaliação que persiste desde o início do governo sobre a demora na resposta a acontecimentos que atingem a gestão. A demissão de Silvio Almeida um dia após as acusações de assédio sexual, que ele nega, terem surgido é citada como uma exceção recente de reação célere, dentro de quase dois anos com exemplos em sentido oposto – um dos casos lembrados é o da explosão dos casos de dengue.
No caso das queimadas, ainda não há no horizonte da Secom uma campanha específica para alertar a população sobre os focos de incêndio e os cuidados a serem tomados. O entorno do ministro diz que esse tema será um dos trabalhados por ele a partir desta semana. Auxiliares consideram que a demora do governo em se posicionar sobre determinados temas abre o flanco para propagação de fake news e desinformação. Na semana passada, a ministra Nísia Trindade (Saúde) convocou uma entrevista coletiva para anunciar ações da pasta e prestar orientações para a população, mas auxiliares de Lula entendem que mais iniciativas do tipo deveriam ser feitas também por outras pastas.
O retorno de Pimenta à Secom também deve marcar o reforço de pedido aos ministros para que se empenhem ainda mais para serem porta-vozes do governo e que cada um deles inclua em seu discurso a defesa da gestão Lula de forma geral, não apenas de suas áreas.
Fonte: O GLOBO
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