Horas antes de debate com expulsão e soco, Marçal prometeu criar seis ´ondas´ nas redes

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Horas antes de debate com expulsão e soco, Marçal prometeu criar seis ´ondas´ nas redes


Momento em que Marçal é excluído do debate do Grupo Flow pelo mediador, o jornalista Carlos Tramontina — Foto: Reprodução

Porto Velho, Rondônia - Horas antes do debate que terminou com um soco de seu assessor na cara do marqueteiro de Ricardo Nunes (MDB), Duda Lima, o candidato do PRTB Pablo Marçal disse nos bastidores da sabatina que fizemos com ele na CBN que já tinha promovido 16 “ondas” nesta campanha, e que ainda faria mais seis até o dia da eleição. Onda é como o ex-coach chama os episódios de impacto que provoca para monopolizar as atenções na corrida eleitoral. A expulsão do debate do Flow Podcast, seguida do soco, foi um desses momentos.

Quem acompanhou o debate pode ver que Marçal já chegou provocando Nunes desde antes do início, dizendo que iria prendê-lo por envolvimento no caso da máfia das creches com a mesma frase que repetiu nas considerações finais do debate, mesmo sendo advertido, até conseguir ser expulso. “A Polícia Federal vai prender o Ricardo Nunes e essa é uma promessa de campanha”.

Foi nesse momento que o assessor de Marçal Nahuel Medina, que estava a poucos metros dali, dentro do estúdio, deu um soco no marqueteiro Duda Lima. Medina afirma que foi agredido antes por Lima.

A confusão generalizada que se seguiu impediu até mesmo o encerramento do evento. Enquanto Medina era detido pela polícia e as equipes de Nunes e Marçal iam para a delegacia, outros assessores do ex-coach tentavam invadir o estudio onde se fazia a live pós debate com comentaristas e candidatos. De acordo com relatos das pessoas que estavam no local, foram necessários cinco seguranças da equipe do Flow para impedir que os homens de Marçal entrassem no estudio.

Medina havia passado o debate todo filmando com o celular e produzindo cortes – como o que mostrava o sorteio de perguntas pela jornalista Helen Braun e que foi falsamente classificado como fraude. Tudo porque Braun sorteou Boulos para comentar a própria resposta e por isso foi obrigada a sortear a outra candidata que ainda restava na urna e que só podia ser Tabata Amaral (PSB).

A confusão generalizada que se seguiu impediu até mesmo o encerramento do evento. Enquanto Medina era detido pela polícia e as equipes de Nunes e Marçal iam para a delegacia, outros assessores do ex-coach tentavam invadir o estudio onde se fazia a live pós debate com comentaristas e candidatos. De acordo com relatos das pessoas que estavam no local, foram necessários cinco seguranças da equipe do Flow para impedir que os homens de Marçal entrassem no estudio.

Medina havia passado o debate todo filmando com o celular e produzindo cortes – como o que mostrava o sorteio de perguntas pela jornalista Helen Braun e que foi falsamente classificado como fraude. Tudo porque Braun sorteou Boulos para comentar a própria resposta e por isso foi obrigada a sortear a única candidata que ainda restava, Tabata Amaral (PSB).

A lógica de Marçal é clara. Ele já afirmou reiteradamente que a campanha eleitoral não é momento de propostas, além de demonstrar que cria narrativas para manipular a compreensão do eleitor. Foi o caso, por exemplo, de um atentado que ele tentou forjar em um evento de campanha – e como não colou, não chegou nem a ser mencionado em Boletim de Ocorrência.

Também foi o que ocorreu depois da cadeirada, quando as redes sociais espalharam vídeos em que ele aparece tomando oxigênio em um ambulância, numa cena que o próprio Marçal classificou como “ patética”, depois da péssima repercussão.

O curioso é que mesmo vendo que essas cenas só tem aumentado sua rejeição nas pesquisas de opinião, Marçal continua apostando no conflito e na confusão para se manter em evidência.

O resultado foi descrito em um desabafo de Tabata Amaral logo depois: apesar de o debate ter sido concentrado em propostas e perguntas dos eleitores, o que ficará para o público é a confusão provocada pelo time de Marçal. Assim o ex-coach consegue que só se fale dele.

A julgar pelo tom, Marçal certamente acredita que isso vá lhe render voto. Na sabatina da CBN, ontem, ele contestou até mesmo o crescimento nos índices de rejeição apontados pelas pesquisas.

Não é preciso ir muito longe para ver que nem sempre confusão e porradaria se convertem em votos. O próprio Jair Bolsonaro, de quem Marçal tenta tomar uma fatia do eleitorado, teve a candidatura seriamente prejudicada por dois episódios do gênero.

Uma semana antes do segundo turno, o ex-deputado federal Roberto Jefferson lançou uma granada e atirou em policiais federais que tinha ido á sua casa executar um mandado de prisão contra ele. Dias depois, foi a vez da deputada Carla Zambelli (PL-SP) perseguir um jornalista negro com uma arma pelas ruas de São Paulo.

As imagens de violência claramente associadas ao bolsonarismo assustaram o eleitor em uma disputa apertada. Segundo o próprio ex-presidente admitiu diversas vezes depois disso, podem ter custado sua reeleição. Marçal, tão hábil no domínio das narrativas nas redes sociais, talvez ainda tenha o que aprender sobre política e eleição.


Fonte: O GLOBO

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