Rússia expulsa seis diplomatas do Reino Unido sob acusações de espionagem e sabotagem

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Rússia expulsa seis diplomatas do Reino Unido sob acusações de espionagem e sabotagem

Londres classificou medida russa como 'infundada', dizendo se tratar de uma retaliação a medidas contra atividades hostis de Moscou


Policial russo em frente à embaixada do Reino Unido em Moscou — Foto: Alexander Nemenov/AFP

Porto Velho, Rondônia -
A Rússia revogou as credenciais de seis diplomatas do Reino Unido nesta sexta-feira, acusando os britânicos de espionagem, sabotagem e atividades subversivas em solo russo. A medida hostil corre em meio a uma renovada onda de tensão entre Moscou e os aliados ocidentais, que atualmente discutem a liberação do uso de armas da Otan pela a Ucrânia contra o território inimigo.

"Como medida de represália pelos múltiplos atos hostis de Londres, o Ministério das Relações Exteriores russos retirou a acreditação de seis empregados do departamento político da embaixada britânica em Moscou", indicou o Serviço Federal de Segurança (FSB) em um comunicado, herdeiro da KGB.

Ainda de acordo com a agência de segurança, teriam sido reunidas provas documentais de que Londres estaria a frente de uma tentativa de "escalada da situação política e militar internacional", citando especificamente o Departamento para a Europa Oriental e Ásia Central do Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico como principal coordenador destas ações, cujo foco seria “infligir uma derrota estratégica” à Rússia. Nenhum documento foi apresentado ao público.

— A embaixada britânica excedeu em muito os limites estabelecidos pela Convenção de Viena — afirmou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, María Zakharova, acrescentando que o ministério está de acordo com a avaliação do FSB.

Polícia russa em frente à embaixada britânica — Foto: Alexander Nemenov/AFP

Em Londres, o governo britânico rejeitou as acusações de espionagem contra seus diplomatas, classificando-as como "completamente infundadas". O Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido indicou que a expulsão dos funcionários do serviço exterior era uma medida de retaliação após movimentos ocidentais contra "atividades dirigidas pelo estado russo" na Europa.

"Não pedimos desculpas por proteger nossos interesses nacionais", manifestou-se o órgão em um comunicado.

A televisão pública russa Rossia-24 transmitiu fotos dos seis diplomatas com os seus nomes e mostrou imagens apresentadas como se estivessem a deixar a Rússia. Segundo a rede de televisão, a retirada do credenciamento de um diplomata estrangeiro leva automaticamente à sua expulsão.

Nova escalada

A expulsão dos diplomatas acontece em um momento de renovadas tensões entre Rússia e Otan, em um momento em que algumas das principais potências ocidentais voltaram a discutir o uso de armas enviadas para a Ucrânia contra o território russo. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, e o chanceler britânico, Davidd Lammy, estiveram em Kiev no começo da semana para debater o tema.

O ministro das Relações Exteriores britânico, David Lammy, e o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, chegam a Kiev para discutir a flexibilização das regras sobre o uso de armas ocidentais contra a Rússia — Foto: Mark Schiefelbein / POOL / AFP

Na quinta-feira, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, advertiu que uma autorização ocidental à significaria que a Otan está “em guerra com a Rússia”. Em declaração a um jornalista da televisão estatal, Putin disse que essa decisão “mudaria significativamente a natureza do conflito”, e que Moscou tomaria as “decisões apropriadas com base nas ameaças” enfrentadas.

Horas antes do anúncio russo sobre a expulsão dos diplomatas, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou que Putin iniciou a guerra na Ucrânia — a pior em solo europeu desde a 2ª Guerra Mundial — e que poderia acabá-la a qualquer momento.

— A Rússia começou esse conflito. A Rússia ilegalmente invadiu a Ucrânia. A Rússia pode acabar este conflito imediatamente. A Ucrânia tem o direito de se defender — disse Starmer, a bordo de um voo para Washington. (Com AFP)


Fonte: O GLOBO

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